quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Time To Say Goodbye: Breaking Bad

Fazem duas semanas, mas o fim de #BreakingBad ainda gera comentários nas redes sociais e pela imprensa. Nada mais do que justo, visto que é uma série aclamada por crítica e público. Não que a série seja campeã de audiência, afinal se passa em uma tv a cabo, AMC, que vem construindo sua marca nos últimos anos lançando séries que tem sido cultuadas, como #TheWalkingDead.

Eu iniciei #BreakingBad há dois anos atrás, tentando ser uma pessoa "culta" e seguindo o que a crítica especializada considerava o que há de melhor na televisão americana. Diferentemente de #MadMan, que não passei do piloto, ainda assisti os cinco episódios iniciais da curta primeira temporada, que só tem sete no total, e desisti.

Não que a história não fosse interessante, visto que a trama em si é inovadora, ou que o roteiro ou os personagens não fossem bons. Nada disso, a simples razão de eu ter abandonado antes de iniciar mesmo a emblemática história de Walter White é o estilo. Definitivamente, não é o meu estilo. Inclusive, chamo a série de "feita-para-homens". É impressionante os fãs masculinos que idolatram a série.

E eu os entendo perfeitamente, pois a série apresenta tudo que o gênero gosta, exceto cenas mais sexuais. Apesar de tudo isso, reconheci que a série tinha seu valor e poderia ter um desenvolvimento bacana, como teve, mas com tantas séries disponíveis, como iria perder meu tempo com uma série que não é meu estilo, certo?

Ai inicia esse ano e tudo que se comenta nas redes sociais é #BreakingBad e como está fazendo uma última temporada a altura do que os fãs esperavam. Junta-se esse burburinho todo ao fato da minha decepção crescente com a última temporada de #Dexter, resolvi fazer maratona da série, faltando apenas duas semanas para o seu término, para entender toda essa perfeição.

Se fosse qualquer outra série, eu não teria conseguido. Mas #BreakingBad tem como ponto positivo poucos episódios por temporada, o que já nos demonstra pouca enrolação do roteiro. Quer dizer, era para ser assim, mas existem episódios que os fãs reclamam pela falta de ação e acontecimentos, como "Fly" da terceira temporada, mas que para mim não foi ruim, já que assisti em maratona.

Mesmo com a evolução dos personagens e do roteiro, a série ainda não faz o meu estilo. Mas isso não quer dizer que não aproveitei a jornada de assisti-la. Não acredito que veria de nova a série ou compraria seus boxes (E olha que sou colecionadora!), mas não me arrependo pelo tempo que gastei vendo a série. 

Muito pelo contrário, gostei muito da forma como o roteiro é coerente, quase não encontrando falhas, e como a história foi bem pensada. Ações da primeira temporada são refletidas até a última e as atuações dos atores só acrescentaram qualidade a série. 

Nunca tinha visto nada antes com Bryan Cranston, mas virei fã do cara. Ele é o tipo de ator que consegue te fazer ter pena de Walter em um segundo e no outro você está com raiva dele, acreditando que o melhor é o câncer matá-lo de vez. 

Acredito que essa dualidade de Walter White, assim como dos outros personagens, foi o grande sucesso da história. Tinha horas que você sentia pena e amava o personagem, como outras que você queria matá-lo por ser tão idiota ou insensível. E senti isso por todos os personagens, até mesmo os secundários, como Walter Jr. e Marie.

 Além disso, #BreakingBad tem seu mérito por ser uma anti-história. Estamos acostumados a ver a evolução de um personagem até ser uma pessoa melhor, mas com Walter White vimos o caminho contrário. Ele era uma pessoa boa, seguia as regras e como resultados era um Loser. Ao iniciar sua jornada como criminoso, Walter arranja desculpas que só faz o mal por sua família, mas no intimo ele gosta do que faz e do poder que tem. Ele não é mais um perdedor...

Mas isso também acarreta que ele também não é mais a mesma pessoa boa e pacifica de antes e aos poucos ele vai destruindo todos os relacionamentos que valorizava antes, os laços familiares. A única coisa que ganha nessa sua vida de crime é Jesse, que segue o caminho diferente do mentor, evoluindo e se tornando uma pessoa melhor e menos superficial ao longo das temporadas.

Depois de tantos crimes e erros, Walter pagou um preço alto por sua decisão de seguir seu lado "Heisenberg"; a solidão. Quer coisa mais triste do que ele pagando para ter companhia? Ou ele isolado com uma montanha de dinheiro que não pode gastar ou ter alguém para dividir? Além, é claro, da desgraça, com a morte de Hank, e humilhação que trouxe para sua família.

Enfim, concordo com os fãs da série. Não sou fã de #BreakingBad, mas reconheço seus méritos como uma história inovadora, provocante e inteligente. Com um criador que soube a hora certa de parar e estava certo de como seria o fim do professor de química que virou traficante. E, acima de tudo, da maravilhosa atuação de Bryan Cranston e todo o elenco... Para mim, foi uma curta jornada. Mas que valeu a pena cada minuto!

E a despedida de Walter White, na minha humilde opinião, não poderia ser melhor. Em um mundo em que se prega que o inteligente sempre ganha, foi bom ver que nem sempre é assim. E que muitas vezes, existem coisas piores que a morte.

Adeus, Walter White!

E a melhor cena vai para... Walter White morrendo em seu santuário, um laboratório de metafetamina!



PS: Uma prova de que os fãs da séries são homens, e machistas, é o ódio mortal que eles tem da Skyle. Eu, sinceramente, gosto muita da personagem, pela força que apresenta ao lidar com a situação toda. Imagina você viver quase vinte anos casada com um cara decente e bom e do nada descobre que ele é traficante? Seria para enlouquecer qualquer um!


PS2: Finalmente, eu entendi todo o amor dos fãs por Jesse. Aliás, não só por Jesse, mas por Saul Goodman também. O personagem foi tão bem que terá um spin-off só para ele =P

PS3: Para quem quiser ver um texto sobre o episódio em si,  a review do #TheSeriesFactor já foi publicada ;D (http://theseriesfactor.blogspot.com.br/2013/10/review-breaking-bad-516-felina-series.html)
 
@NicoleChaves

Nenhum comentário:

Postar um comentário