quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Time To Say Goodbye: Dexter

Essa é uma coluna especial e totalmente fora do foco do blog, mas extremamente necessária para mim. Afinal, essas últimas temporadas estão cheias de despedidas e nada melhor que "desabafar" para superar a dor da perca e seguir em frente. Sim, eu sinto como se tivesse um amigo partindo, para algum lugar bem longe e sem comunicação, quando uma série que amo é cancelada (Ainda não me recuperei do final de #Fringe)!

No último domingo, Dexter deu seu adeus depois de 8 temporadas conquistando fãs por todo o mundo, sendo polêmica, cativante e muito criticada também. O final era muito aguardado, visto que os fãs foram percebendo a drástica queda de qualidade ao longo dos anos e a falta de histórias interessantes a serem exploradas. 

É difícil dizer adeus, mas depois da minha experiência com #Fringe, e agora com #Dexter, só tenho um pedido a fazer; POR FAVOR, TERMINEM AS SÉRIES ANTES QUE ACABEM AS HISTÓRIAS A SEREM CONTADAS! Foi exatamente isso que aconteceu com #Dexter. A #ShowTime não queria acabar seu mina de ouro e a série durou muito mais que deveria... 

Claro, ela não é a única, existem tantas outras que já deveriam ter terminado (Alô, #GreysAnatomy!), mas por ganância dos canais e criadores e o amor do fãs, que não conseguem largar, continuam no ar com uma audiência melhor que muita série estreante.

Mas esse post não é para debater algo óbvio para a maioria dos fãs: #Dexter era pra ter acabado antes. Essa temporada foi péssima. Nós merecíamos mais desse series finale. Tudo isso já foi dito, e continua sendo, em vários blogs, sites e até pela crítica especializada.

Ao invés disso, vou destacar aqui o principal relacionamento da série: Dexter e Debra. A relação entre os irmãos (sem pensar na ideia maluca e de mal gosto de Debra apaixonada por Dexter, por favor!) sempre foi a base da série, mesmo que logo de início não dava para perceber. Mas agora quando olho para trás, só consigo enxergar as várias evidências que os roteiristas nos deram e fui muito cega para ver.

A série se inicia quando Dexter começa a saber mais sobre o seu passado e questionar tudo aquilo que conhece como família, inclusive seu pai e Deb. Dexter já nos é apresentado como um serial killer de sucesso, que segue um código que o auxilia a manter em controle sua "psicopatia" e não ser pego.

O que altera na vida dele, e começamos a acompanhar a partir daí, é a descoberta de que há alguém como ele e sua vontade de ser alguém normal. Brian, seu irmão biológico, lhe proporciona essa oportunidade, de ser quem ele é e ser aceito, sem ter disfarces, e Dexter torna isso um objetivo de vida.

Pessoas que acreditam que só com Hanna, Dexter começou a ter sentimentos, voltem a primeira temporada. Apesar de achar a irmã um pé no saco muitas vezes, Dexter nutre um sentimento forte e poderoso por ela, mesmo que ele não admita ou não entenda. Afinal, o mais lógico seria se livrar de alguém que vive te perturbando por atenção e ficar com seu irmão biológico e serial killer.

Mas Dexter não consegue simplesmente matar Deb ou colocar a vida dela em risco, matando, assim, seu irmão e a única pessoa que conseguiu ter uma conexão aberta desde seu pai adotivo, Harry. Ali, a série nos mostra que Dexter tem sentimentos sim, mas ele tem dificuldades em reconhecê-los. Ou ele ver o pai dele como uma espécie de consciência não significa nada? O laço que foi criado entre Harry e Dexter é sentimental, pois o código só funciona porque há um respeito de pai para filho, reprimindo até o Dark Passenger.

Enfim, se ainda não te convenci, veja os episódios que falam por si só. Mas voltando a Deb e Dexter, os dois irmãos tiveram uma longa jornada de aprendizado e conhecimento mútuo. Debra foi de uma garota ingênua e renegada pelo pai para uma mulher forte e capaz de lidar com os segredos de seu irmão.

Essas últimas temporada foram dela, sem dúvidas. Dexter foi apenas um coadjuvante, auxiliando Deb crescer e descobrir como uma pessoa com princípios e bondade poderia aceitar um serial killer. O amor de Deb por Dexter é a única coisa que é capaz de ajudá-los a superar tudo.

Infelizmente, a série optou por um caminho estranho e fácil demais para demonstrar como Dexter havia mudado. Vimos um Dexter apaixonado e adolescente por Hanna, fazendo sua irmã de cúmplice mais uma vez. E assim como em várias relações entre irmãos, temos a demonstração de um sempre cedendo, enquanto o outro não satisfeito por seu egoísmo, continua exigindo mais.

Isso que Dexter fez com Debra nessa última temporada e acabou resultando em sua morte. Dexter matou Debra, sem dúvidas. E não apenas quando desligou os aparelhos. Ele matou Debra quando revelou seu segredo (Ela descobriu, mas tudo bem!), quando impôs ela o aceitar do jeito que ele era e, no final, deixar alguém como Oliver Saxon vivo.

Ao longo de todas essas temporadas, sempre tive pena do Dexter. Por seu trauma do passado, pela sua tentativa de se conectar emocionalmente com alguém e por todas as outras coisas que ele sofria. Mas com esse series finale, minha opinião mudou.

Devemos ter pena de Debra! Ela que sempre ficou em segundo lugar nas preocupações do próprio pai, pois ele estava ocupado demais em "salvar" Dexter. Ela que sempre teve sua carreira prejudicada pelas intervenções do irmão. Ela que sempre amou demais o irmão e só recebeu em troca problemas e revelações indesejadas.

Enfim, Dexter nunca foi um bom irmão. Em parte por suas limitações e por seu Dark Passenger. Mas no momento que ele finalmente aprende a dar valor a irmã, ele a perde. Irônico, mas também poético. E em uma despedida dolorosa, Dexter se condena de modo pior que a morte ou a cadeia, a solidão. A solidão banhada com culpa.

Em uma história como Dexter, eu não pensaria em um final melhor. E nem em uma melhor maneira de "vingar" Deb por tudo o que ela passou por seu irmão. Com um adeus, silencioso, Dexter se despede de nós com um olhar para câmara. E assim, eu me despeço também.

Adeus, Dexter Morgan!

E a melhor cena vai para... O silencioso adeus de Dexter!




PS: Michael C. Hall merece os parabéns por essa series finale! Apesar de um roteiro fraco e cheios de furos, ele conseguiu nos passar todas as emoções para essa despedida.


PS2:O mesmo para Jennifer Carpenter... Que não teve muita oportunidade nessa series finale, mas arrasou no início da temporada com sua depressiva Deb!

PS3: Para quem quiser ver um texto sobre o episódio em si,  a review do #TheSeriesFactor já foi publicada ;D (http://theseriesfactor.blogspot.com.br/2013/09/review-dexter-812-remember-monsters.html)
 
@NicoleChaves


Nenhum comentário:

Postar um comentário